A Academia Maranhense de Letras (AML) elegeu nesta quinta-feira, 21, em primeiro escrutínio, o poeta Salgado Maranhão para a Cadeira 7, que era ocupada pelo jornalista e escritor Antônio Carlos Lima, morto em outubro de 2023. Salgado obteve 32 dos 35 votos válidos.
José Salgado Santos Costa Maranhão é natural de Caxias (MA). Na adolescência migrou para Teresina, com a família, e descobriu a poesia canônica lendo Camões, Gonçalves Dias, Fernando Pessoa, Maiakovski, entre outros. Em 1972, conheceu o poeta tropicalista Torquato Neto, que o aconselhou a ir para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje.
Seus primeiros poemas saíram na antologia “Ebulição da Escrivatura” (Ed. Civilização Brasileira, RJ, 1978). De lá para cá, publicou 19 livros e ganhou uma dezena de prêmios literários, tais como o Prêmio Jabuti (2 vezes), o Pen Clube e o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Sua obra tem reconhecimento internacional, com poemas traduzidos em inglês, francês, espanhol, japonês, alemão esperanto e árabe. Mais de 100 universidades americanas lhe convidaram para conferências nos últimos 12 anos, e seus textos saíram no “The New York Times”.
Além de poeta e jornalista, Salgado Maranhão é também compositor-letrista, tendo realizado parcerias e gravações com os principais artistas da música brasileira, entre eles Ivan Lins, Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Zé Américo Bastos, Zeca Baleiro, Vital Farias, Martinho da Vila, Dominguinhos, Ney Matogrosso, Elba Ramalho Zizi Possi e Alcione.
Por conta da história de vida e da sua impactante trajetória literária, o poeta recebeu, em 2017, o Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Piauí. E, em 2022, foi a vez da UFMA lhe acolher com a mesma láurea.
O poeta eleito tem o prazo de seis meses para tomar posse na Academia Maranhense de Letras.
Publicado originalmente n'O Imparcial,em21.03.23
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