sexta-feira, 24 de novembro de 2023

La Banda

Caiu água fazendo som de chuva, show de chuva, trovão na percussão, harmonia insuperável, natural da banda que se chama Natureza. Não, melhor  Banda da Terra!

Por Edson Vidigal

Choveu sossêgo.

Imagina uma chuva dessa caindo intermitente, enxotando os imbecís de ambos os lados, na Faixa de Gaza!

Nada daquele clarão imitando fogos de artifícios festejando chegadas de Ano Novo, Paz na Terra, sim, mas cadê a Boa Vontade?

Em Gaza, a Paz gangrena infestada de ódios, o bibicídio e o hamascídio, comichões pandêmicos deformando as criaturas outrora de D’us, outrora de Alá, ali desumanizadas, 

impuros vestígios, totalmente desumanizados, vestígios inoculados de intolerância, estranguladores da fé, exterminadores das esperanças.

As luzes que voam e nos seus limites se exaurem nos céus e os bumbos que rasgam os silêncios despertando sirenes são tudo balas, são tudo bombas.

Nem espantam o sossego das alvíssaras!

Só tangem cada vez mais para mais longe a quietude da Paz.

Por aqui, ainda não. Queira o Planeta, a cada dia mais ferido e injuriado pela nossa ignorância, que esse tipo de guerra por aqui nem tão cedo. 

A chuva com os raios, relâmpagos, trovões bumbando, como a que despencou esta noite, é benfazeja. 

(Mesmo quando alaga campos, cidades, ruas, os vizinhos não se armam, 

nem com cabos de vassouras, saindo de suas casas num confronto, querendo trucidar uns aos outros).

Ah como é bom, Bimbinha, amanhecer nesta varanda assim - o verde em tons de bananeiras, mangueiras, abacateiros, grama, e esta espirradeira premiando a quietude do vento com seus brotos de rosas brancas.

(E agora, Banda da Terra, toca Raul! Toca.)

Bsb, 24.11.23

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