quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Deputado aconselha irmão senador a não entrar no governo: 'Extrema-direita prendeu e torturou nosso pai'

Nelsinho Trad (PSD-MS) foi sondado e pode ser indicado por Davi Alcolumbre (DEM-AP) para assumir um ministério

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Fabio Trad, deputado federal, tem 51 anos. Nelsinho Trad, seu irmão, 59. É senador e foi cotado como ministro do governo Jair Bolsonaro. Mesmo sendo mais novo, Fabio arriscou dar conselhos ao irmão: é melhor "preservar a independência".

— Ele perguntou o que eu achava. Falei Nelson, é um governo de extrema-direita, a extrema-direita prendeu e torturou nosso pai (o ex-deputado Nelson Trad, falecido em 2011). Ele falou "é verdade, irmão. Vou pensar."

Ambos são do PSD, mas Fábio Trad tem uma postura de maior oposição em relação a Bolsonaro. Nelsinho deve ser indicado pelo ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para um posto em um ministério.

Há a possibilidade de o senador ser indicado para Desenvolvimento Regional ou Minas e Energia. Ao GLOBO, Nelsinho disse que recebeu com "muita alegria" a sondagem e que há ainda um "longo oceano" até a indicação.

— Eu li que o Davi não quer ser ministro pra preservar sua imagem de independência. Ele também deveria preservar a independência dele. É um governo de extrema-direita, que se não fosse a sociedade civil, já teria restringido as liberdades individuais há muito tempo — comentou Fábio.

Nesta quinta-feira, ele escreveu sobre a possibilidade de o irmão se tornar ministro em suas redes sociais. "Nelsinho, meu irmão, sondado para integrar o ministério de Bolsonaro. O que devo dizer como irmão mais novo? Mais importante que ser ministro é refletir sobre o governo a que o ministro servirá. É isso! Que Deus o ilumine!", comentou Fabio Trad no Twitter.

Há também integrantes do governo que demonstram resistência ao nome de Nelsinho Trad pelo fato de ele ser primo do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, também do Mato Grosso do Sul.

Natália Portinari, de Brasília, para o GLOBO on line, em 04.02.2021

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