segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Depois de nomear seis mulheres para Conselho Econômico, Papa Francisco escolhe mais duas para postos-chave no Vaticano

Francesa é agora subscretária do Sínodo dos Bispos e será a primeira mulher com voto em uma das mais importantes assembleias eclesiásticas da Igreja; Já italiana é a primeira procuradora na Corte de Apelação do Vaticano


No Vaticano, o Papa Francisco dá sua benção. Logo antes, ele fez a oração do Angelus na biblioteca do palácio apostólico e, em sua mensagem aos fiéis, alertou para o risco de violência contra a mulher durante o período de isolamento social para conter o novo coronavírus Foto: VATICAN MEDIA / AFP

O Papa Francisco nomeou duas mulheres para funções no Vaticano que até então só tinham sido exercidas por homens.

Nathalie Becquart - francesa que é membro das Irmãs Missionárias Xavier, uma congregação religiosa fundada na França em em homenagem a São Francisco Xavier - é agora subsecretária para o Sínodo dos Bispos, o departamento que prepara as mais importantes reuniões eclesiásticas, realizadas com intervalos de anos, para discutir assuntos específicos da Igreja, entre elas questões doutrinais, litúrgicas e canônicas.

Francisco já convocou o próximo Sínodo dos Bispos, que está marcado para outubro de 2022, e terá como tema "Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão".

A função de Becquart, de 52 anos, dará a ela direito de voto nas assembleias que, até hoje, eram compostas apenas por homens, uma demanda de mulheres e de alguns bispos.

O Papa também nomeou a magistrada italiana Catia Summaria a primeira mulher promotora de Justiça da Corte de Apelações do Vaticano.

As mulheres têm participado como observadoras e consultoras nos sínodos, mas apenas homens, incluindo bispos e representantes eleitos ou nomeados especialmente, tinham direito a voto sobre os documentos finais elaborados nessas reuniões e mais tarde enviados ao Papa.

No sínodo de 2019, mais de 10 mil pessoas assinaram uma petição pedindo que mulheres pudessem votar.

"Uma porta foi aberta. Veremos que outros passos poderão ser dados no futuro", afirmou o cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo, à imprensa oficial do Vaticano.

O Papa Francisco mantém a proibição de mulheres sacerdotisas na Igreja Católica. criou comissões para estudar a história de mulheres diáconas nos primeiros séculos da Igreja, atendendo ao pedido de mulheres que querem exercer a mesma função hoje.

Em 2020, em uma mesma canetada, ele nomeou seis mulheres para o Conselho Econômico, que fiscaliza as finanças do Vaticano. Francisco também escolheu mulheres para os cargos de vice-ministra do exterior, diretora dos Museus do Vaticano e vice-chefe da Impresa do Vaticano.

O GLOBO on line, em 08.02.2021

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