sexta-feira, 26 de junho de 2020

Bolsonaro mantém aprovação mesmo com prisão de Queiroz

Segundo Datafolha, 32% consideram gestão boa ou ótima, enquanto 44% avaliam como ruim ou péssima. Mandatário segue como o presidente em primeiro mandato com a pior avaliação da história desde redemocratização.

Presidente Jair Bolsonaro faz sinal de ok com as duas mãos usando máscara
   
Presidente Jair Bolsonaro faz sinal de ok com as duas mãos usando máscara
O presidente não é tido como confiável pela maioria: 46% dizem nunca confiar no que ele diz

Uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada na noite desta quinta-feira (26/06) mostra que a popularidade do presidente Jair Bolsonaro continua estável.

A sondagem indica que a aprovação de Bolsonaro está em 32%, um ponto percentual abaixo dos 33% detectados pelo Datafolha no mês passado.

A rejeição subiu de 43% no mês passado para 44%, enquanto 23% dos entrevistados avaliam o governo como regular, (foram 22% em maio). A parcela dos que que não souberam ou não responderam foi de 1% (2% em maio).

Foram ouvidas 2.016 pessoas adultas, por telefone, entre 23 e 24 de junho, em todas as regiões e estados brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A sondagem anterior foi realizada entre 25 e 26 de maio.

A estabilidade da aprovação presidencial, que variou dentro da margem de erro, é detectada depois da prisãode Fabrício Queiroz, amigo do presidente e ex-assessor do filho dele, o senador Flávio Bolsonaro.

Amigo do presidente há quase 30 anos, Queiroz é suspeito de operar um esquema das "rachadinhas" – quando funcionários são coagidos a devolver parte de seus salários – no gabinete de Flávio na Alerj. Ele foi preso em Atibaia, no interior de São Paulo, numa propriedade do advogado criminalista Frederick Wassef, que defendia Flávio e é amigo da família Bolsonaro.

A aprovação do presidente cai para 15% entre aqueles que acham que Bolsonaro sabia onde Queiroz se escondia até sua prisão, no dia 18.

O presidente também não é tido como confiável pela maioria dos brasileiros. São 46% os que dizem nunca confiar no que ele diz, 20% os que sempre confiam e 32% aqueles que o fazem às vezes.

O perfil de aprovação de Bolsonaro segue sem mudança. Ele é rejeitado pela maioria dos mais jovens (54% entre os de 16 a 24 anos), pelos que têm curso superior (53%) e ricos (renda acima de 10 salários mínimos, 52%).

A aprovação continua maior na região Sul, onde 42% acham seu desempenho ótimo ou bom.

Entre os mais satisfeitos com sua gestão, estão pessoas de 35 a 44 anos (37%), empresários (51%) e os que sempre confiam em Bolsonaro (92%).

Bolsonaro segue como o presidente com a pior avaliação da história durante seu primeiro mandato desde a volta das eleições diretas, em 1989. Antes dele, o pior índice era de Fernando Collor, que com ano e seis meses de gestão, apresentava em setembro de 1991, rejeição de 41%.

Fonte: Deutsche Welle, a emissora internacional da Alemanha. Jornalismo independente em 30 idiomas. 

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