Quase ao mesmo tempo em que a plaqueta com o nome
de Demóstenes Torres era retirada da porta do Gabinete que ele ocupou por quase 10 anos no
Senado, em Brasília, outra plaqueta era colocada com o seu nome na porta da 27ª
Procuradoria de Justiça, em Goiânia, Goiás, onde já está trabalhando em troca
de um salário de 24 mil reais, equivalente ao de Ministro do Supremo Tribunal
Federal.
Na sua aldeia, Demóstenes sempre foi bem sucedido tanto como membro do Ministério Público quanto como Secretário de
Segurança Pública do Estado. Ali conhecia todo mundo e como um agente
penitenciário bonachão se dava bem com todo mundo, incluindo os bandidos.
Não estava preparado, e jamais estaria, para a
vitrine que é o Senado onde passou a se exibir como xerife da ética, da
moralidade pública e dos bons costumes, talvez imaginando que o mundo que o
circundava em Goiás fosse um planeta distante, inacessível a qualquer estação
espacial oriunda do planeta terra.
A promiscuidade com anjos e demônios que abateu o Senador Demóstenes como o novo jumento entregue à fome do leão do
circo midiático lhe parecia coisa nenhuma.
A se avaliar agora pelas novas revelações sobre as
novas personagens que vão, aos poucos, despontando nessa mesma novela, as
coisas nos intramuros da politica e de alguns negócios goianos seguiam
aparentemente como naquela cidadezinha do interior paulista onde as pessoas
pronunciando as palavras com as letras de trás para frente, acreditam terem
inventado seu próprio dialeto.
Chegando ao Senado, pela vontade da grande maioria
do Povo, incensado por anjos e demônios, Demóstenes para ser ouvido tinha que
falar o idioma predominante da ética e da moralidade, do direito e da justiça,
deixando para trás o dialeto com que os da sua tribo se comunicavam entre si no
seu arraial.
A maior lucidez de Demóstenes no passado foi ter estudado para
passar no concurso para o Ministério Público onde responderá a processo
administrativo pelas acusações genéricas que ainda lhe são feitas, mas de onde não
será demitido porque, até onde se sabe, na folha funcional do cargo que voltou a ocupar ainda há em
seu favor um nada consta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário