segunda-feira, 30 de julho de 2012

Fala Marina


Marina foi a Londres unicamente para, a convite do Comitê Olímpico Internacional, o COI, compor o seleto grupo de celebridades incumbido de desfilar com a bandeira branca das Olímpiadas, levando-a ao pódio.
Todas as despesas foram pagas pelo Comitê e o convite só lhe chegou com três dias de antecedência com a cláusula de absoluto sigilo. Tirando seu marido e os filhos, ninguém mais ficou sabendo no Brasil.
Em Londres, ainda por conta do sigilo, Marina foi mantida numa concentração, isolada num local até momentos antes da cerimonia da qual seria, e foi, uma das poucas figuras centrais.
Ora, se Marina simboliza para o resto do mundo a luta em defesa da natureza, e sendo do Brasil onde há mais desmatamentos hoje, é lógico que ela seria presença incomoda para o Governo brasileiro.
Incabível consultar antes os miolos do Planalto, alguns dos quais, depois,  confirmaram que haveria o veto, caso tivesse havido a consulta.
No hotel, em Londres, onde foi hospedada, Marina falou ao O Estado de São Paulo:
- Não acho que a gente deve apequenar isso em uma disputa politica. Aqui é o interesse maior do Brasil. Isso me entristece. (...)
- Meu apelo é para a Presidente Dilma: que a causa que eu represento, e ali não era eu como figura politica, não seja uma afronta para o Brasil, que seja uma dadiva. Porque eu tenho respeito pelo Brasil, pela nossa historia e a Presidente Dilma sabe como, na minha divergência, eu sou leal. As pessoas com as quais eu convivi durante 30 anos não são meus inimigos.
- Do mesmo jeito, eu fico feliz de ver as autoridades brasileiras cumprindo o seu papel num evento dessa magnitude, eu imaginava que, nesse momento, eles não misturariam as coisas. Eu estou aqui em nome de uma causa que na história do Brasil é de todos nós. Começou lá atrás com o Chico Mendes e o Presidente Lula, como companheiro do Chico Mendes, tem participação nisso.

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