As suas revelações sobre a realidade do Maranhão incomodaram tanto que, incomodado também, trocou de emprego indo para o Estadão, onde também não demorou muito. Fez um demorado circuito pelas redações locais, as menos parciais.
Marcos Nogueira assumiu-se como cidadão maranhense.
Sem comprometer a isenção da informação jornalística, passou ao ativismo politico solidário com as causas do Povo do Estado, combatendo de forma muito corajosa, às vezes temerária, os donos do poder.
Na quarta feira, o Marcelo Cordeiro me avisou do velório do Jorge Martins no Campo da Esperança, em Brasília. O Jorge Campos me passou um e-mail.
Conheci o Jorge Martins quando eu, repórter do Jornal do Brasil, cobria Tribunais e ele era o Chefe de Imprensa do Federal de Recursos. Assessor de Imprensa nos tempos da ditadura tinha como função dificultar o trabalho dos jornalistas.
O Jorge, pelo menos comigo, não dificultava nada. Nessas voltas que o mundo dá, um dia lá estou eu advogando e anos depois lá chego eu, Ministro.
Fora dos afazeres do Tribunal, o Jorge adorava comentar futebol e mantinha uma página dominical chamada “Crocodilo”, num jornal local, em que publicava fotos da brotolândia que fazia sucesso nos clubes sob o sol dos fins de semana.
Quando chegou o STJ e foi extinto o TFR, o Jorge se aposentou. Passei a vê-lo raramente, mas todo ano era infalível no cartão de natal e nos parabéns pelo meu aniversário.
Agora a pouco, fiquei sabendo da morte do Nelson Jacobina. Mesmo com um câncer no pulmão em metástase trabalhou ate poucas horas antes de morrer.
Jacobina
era o parceiro do Jorge Mautner em muitas musicas, dentre elas o Maracatu
Atômico – “a chuva tem gotas tão lindas / que até dá vontade de comê-las”. É um
dos versos que mais gosto. Sem embargo deste outro – “todo quadro negro é todo
negro / é todo negro / escrevo seu nome nele só pra demonstrar o meu apego”.
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