Viver
no Maranhão hoje, em qualquer lugar, é aceitar de cara a possibilidade quase
certa de ser assaltado a qualquer momento. Ou assassinado. A
impunidade manda para as ruas, cada vez mais, os assaltantes e os assassinos.
O
Estado mantido pelos impostos de todos para ser a instituição destinada à realização
do bem comum sucumbiu dominado por uma elite politica despreparada, sem
espirito publico, que só cuida dos seus interesses e ambições pessoais,
espraiando maus exemplos às novas gerações.
O
pivete que atua hoje na linha de frente da criminalidade se mira no mau exemplo
do ladrão mais antigo, do assassino mais dissimulado, do receptador discreto,
do agenciador de pistoleiros frio e calculista.
Na
politica, raríssimas exceções à parte, as coisas que vemos hoje são de nos dar
medo. Medo do futuro. Se o futuro vingar com essas coisas que estamos vendo por
aí. Os maus exemplos predominam.
Quadrilhas
organizadas recrutam menores de idade e os atiçam armados e bem treinados nos
assaltos à luz do dia. Os assassinos que matam por encomenda andam de
motocicletas e já nem escondem a cara.
Os
inquéritos policiais não concluem. Se há processo judicial, o processo vira
tartaruga. Se há condenação, o condenado escafedeu-se. Se é preso, aí a porca
tosse porque o sistema penitenciário é um horror.
Falta
ao Estado uma politica publica de segurança com cidadania. O modelo, concebido
há alguns anos, está sendo vitoriosamente implantado no Rio de Janeiro.
O Maranhão,
sob o Governo Jackson, foi o primeiro Estado a implantar esse modelo da
segurança pública com cidadania.
Derrubado
o Governo na covardia do golpe, as ações em curso foram dissolvidas voltando
tudo ao que era. Por conseguinte, ao que está sendo em potencialidade danosa
mais elevada.
A
dificuldade maior está na busca da transformação fazendo valer princípios que sejam os verdadeiramente republicanos. E fazendo valer valores que
sejam efetivamente os democráticos.
A
República foi proclamada no Brasil em 1889, mas ainda hoje, em 2012, as suas
instituições e práticas não chegaram ao Maranhão. Sonegam-se as escolas com o
ensino de qualidade à maioria da população. Negar escolas para a maioria é a
maneira mais eficaz de impedir a chegada da Republica e de travar o avanço da
democracia.
A ignorância
pelo analfabetismo torna a pessoa presa fácil da manipulação dos poderosos.
Afinal, para que são donos de redes de rádios e de televisão? Para manterem a
maioria do Povo entorpecida no entretenimento de mau gosto e na disseminação
das mentiras que lhes interessam.
O
nosso Estado terá jeito, sim, quando as pessoas, somando maioria resoluta, não sendo
mais reféns do medo e não se encantando com os falsos profetas, os salvadores
da pátria, os redentores dissimulados, ah coitadinhos, entendendo que o
Maranhão não é quintal de ninguém, formando uma corrente de boa vontade forte, inquebrantável,
destronarem de vez, para valer, os corleones e os tataias.
Tarefa
difícil, sim. Jornada longa, sim. Mas nada é impossível quando a vontade se
move sob uma força maior, - a força da fé na inspiração do bem.
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