Quanto mais poderosos o homem ou a mulher, menos se dão conta de que na vida é assim. Morreu, acabou.
António Carlos Magalhães tinha duas caras.
Quando queria uma coisa e não conseguia, virava Toninho Malvadeza. Muitos se tomavam de medo das bravatas dele e cediam. Quando notava que o que queria poderia obter sem dificuldade se transmudava em Toninho Ternura.
Na politica baiana deitou e rolou. Na politica nacional fez e aconteceu.
Agora a família e uns amigos que restaram querem produzir em DVD um documentário – ACM, Vida e Espaço.
O projeto foi orçado inicialmente em 1,4 (um milhão e quatrocentos mil reais). Uma ninharia que nos tempos de poder lhe chegaria às mãos num estalar de dedos.
Mas agora está difícil arrecadar o dinheiro. E o projeto foi reduzido para 523 mil, o que comprometerá, é claro, a qualidade do conteúdo.
Indubitável que o ACM, tanto o seu lado Malvadeza quanto o seu raro perfil Ternura, são parte da história politica do Brasil merecendo registro visível às novas gerações.
António Carlos não foi megalômano, melhor dizendo precavido, ao ponto de em vida arrecadar dinheiro para bancar o próprio mausoléu ou um filme documentário.
Quando morreu tinha uma família unida ao seu lado e uns poucos amigos. Poucos, mas amigos. E o mais importante. De tudo fez em vida para obter o reconhecimento e o carinho sincero do Povo para o qual tanto trabalhou colocando a Bahia à frente de muitos Estados do Brasil.
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