Para quem acha que acidente cardiovascular, o popular AVC, só ataca as pessoas de mais de 60 anos de idade, olha aqui a tristeza cristalizada na noticia que me chega agora.
Daniel Piza, jornalista e escritor, pessoa por quem sempre tive grande apreço e respeito intelectual, morreu ontem à noite em Gonçalves, Minas Gerais, onde foi passar as festas de fim de ano com a família. Ele tinha apenas 41 anos de idade.
O pai do Daniel, que é médico, ainda tentou socorre-lo, mas não teve jeito. Ele morreu nos braços do pai.
Daniel escreveu 17 livros e ia agora publicar o 18º - um mapeamento cultural do Brasil, por encomenda da editora Leya.
Ele mantinha um blog acessível, inclusive, através do link “Os Outros” deste meu hebdomadário.
Clicando aí lado em “Os Outros” – Daniel Piza você vai ver a lucidez de sempre nos seus últimos textos. Ele comenta, por exemplo, as mortes ocorridas nos últimos dias de pessoas que irão agora fazer muita falta ao mundo.
“Lágrimas.
O final de ano veio marcado por mortes de pessoas marcantes.
O ator Sérgio Britto, remanescente dos tempos em que o teatro brasileiro ditava rumos culturais como jamais depois; o carnavalesco Joãosinho Trinta, de uma ousadia que deveria ser o padrão da festa, mas quase sempre foi a exceção; a cantora cabo-verdiana Cesaria Évora, inesquecível com sua voz docemente triste e seus dançantes pés descalços.
E o polemista inglês Christopher Hitchens, infelizmente lembrado mais por sua confusa adesão ao neoconservadorismo de Bush II do que por sua corajosa crítica cultural na velha e boa linhagem libertária, ou dissidente, dos britânicos; como já notei, ele caiu em óbvia contradição com seu ataque às religiões, se bem que nestes também foi confuso, como ao desprezar a cultura visual do cristianismo (que legou, entre outras conquistas, o Renascimento)”.
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