O partido pelo qual se elegeu Prefeito não tinha à época grande expressão nem confortável condição financeira e daí que após a posse alguns militantes foram se abastecer na folha de pagamentos da Prefeitura, onde não trabalhavam.
As doações à campanha foram quase nenhuma e não podendo o partido continuar pagando àquelas companheiras e companheiros, a saída foi mandar que a Prefeitura os pagasse.
Não são poucos, mais que milhares, os que no Brasil chegando ao Poder arrastam para as folhas estatais os salários dos companheiros imprescindíveis à continuação da luta e ao funcionamento do partido.
Afinal, pensam eles, o Poder é do partido e, sendo assim, é justo que o Poder banque as despesas do partido.
Certo? Errado? Errado.
Jacques Chirac, no começo dos anos 90, começava pela contramão das tendências ideológicas prevalecentes, assumindo-se no máximo como de centro direita, a escalada que o levaria por duas vezes à Presidência da República da França.
Foi Primeiro Ministro de Mitterrand, um Presidente de esquerda, mais ou menos, até que anos mais tarde venceu pelo seu pequeno partido gaullista, a corrida para o Eliseu, o palácio presidencial, uma das raras maravilhas do mundo para se morar e trabalhar.
Jacques Chirac era Presidente da Republica quando descobriram que ele, quando Prefeito de Paris, mandava pagar com dinheiro público os salários de alguns empregados do seu partido, que haviam trabalhado em sua campanha municipal.
A Justiça abriu um processo que se arrastou por anos até que agora, só agora, restou condenado por desvios de fundos públicos, abuso de confiança e aquisição ilícita de interesses.
Com outras palavras esses malfeitos também são tipificados no Brasil no capitulo dos crimes contra a administração pública do Código Penal com a diferença de que nenhum deles entre nós enseja um processo tão longevo. Aqui, nesses casos, prescrevem sempre bem antes de vinte anos.
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