Os gregos inventaram a democracia, o governo do maior número, ou seja a maioria decidindo, mas respeitando a minoria, democracia que no dizer de Churchill ainda é o pior dos regimes sendo que depois dos gregos, até hoje, ninguém inventou nada melhor.
Acuada pelas minorias armadas de outros meios de convencimento, algum poder estatal com mídia influente e muito dinheiro, a democracia cambaleia e não se afirma e não realiza a república se não for oxigenada pela vontade coletiva majoritária capaz de dobrar pelo entusiasmo as resistências e intimidações.
Vitoriosa a democracia com a consistência das suas proposições e credibilidade popular dos seus combatentes instaura-se então o regime do povo, pelo povo e para o povo, assim definido por Lincoln.
Nas monarquias anacrônicas o poder se realiza e se restringe aos laços da consangüinidade.
Nas famílias mafiosas a regra não é absoluta, mas é assim também quase sempre.
Nas oligarquias o poder se sustenta nas espertezas de uma promiscuidade de parentes, áulicos e negocistas, todos aproveitadores.
Nas ditaduras, as camarilhas.
Isso tudo aflora até mesmo como erva daninha em nascentes democracias para depois se transformar numa sucuri envolvente que por constrição segue matando-a lentamente.
Se a maioria do povo não está motivada e possuída de energias positivas suficientes para garantirem a força necessária aos embates que são constantes, o clientelismo, o assistencialismo, o populismo, e se isso for pouco, a grana, muita grana tocará mais alto nas fraquezas gerais e aí adeus rosa, necas de democracia.
Mas por que essa insistência no mundo por democracia? Porque só na democracia quando plena é possível a igualdade de direitos e de oportunidades. A democracia realiza a justiça social.
Só a democracia garante a república e só com a república plena que as oligarquias, as máfias e as camarilhas não têm voz nem vez. A democracia não faz concessões à impunidade.
Em alguns quadrantes do País, que se revela positivamente em melhorias das condições de vida do povo, senhor de suas liberdades e do seu destino, em alguns quadrantes, em especial no litoral nordeste, ainda vicejam maus exemplos de políticos que só atravancam a democracia e mutilam impiedosamente a república.
As eleições são livres? Sim, mas só na formalidade do imaginário. Compram-se votos no atacado em feiras inimagináveis não só favores do poder público e dinheiro vivo, porém muito e principalmente com toneladas de medo.
Aos descrentes que já estão quase se dando por vencidos e dizendo que isto aqui não tem mais jeito, eu peço que busquem reencontrar bem dentro de si mesmos aquela velha certeza de que nem tudo está perdido.
Há estrelas por aí vagando, querendo ocupar os espaços do espaço, umas batendo nas outras, querendo todas o mesmo lugar de brilho. Acham que nunca irão cair. Estrelas não têm brilho próprio.
Irão despencar na praia e nem há grãozinhos de areia de olho nelas.
Um comentário:
Olá Ministro, há quanto tempo, não é mesmo?!
A minha falecida avó (aquela, que eu sempre cito aqui, mais filósofa de que qualquer gênio da área e mais psicanalista que "qualquer" Jungman) sempre disse, e eu, atento, consegui aprender com ela que, "não há mal que dure para sempre, nem bem que nunca acabe".
É isso, sim. Toda estrela, um dia será cadente. Às vezes, caem no meio do mar, distante de qualquer vista, ou num deserto onde nem o vento passa rápido. Essas estrelas são as verdadeiras "idiotas da objetividade", como diria o tricolor Nélson Rodrigues.
Mas, Vidigal, que mal pergunte: teriam esperado o Joãosinho Trinta sair da Beija-Flor para propor samba na avenida? Como diria o Zé Salim Rosas, "aí tem!!! E, por que Escola de Samba do Rio? Afinal de contas, o Maranhão não tem o segundo melhor carnaval do Brasil? É, não vai demorar muito e estarão enviando toadas de bumba-boi para o Garantido. Abraços.
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