Funcionário aposentado do Senado, Luiz Fernando Freire diz que enviou a Regina Echeverria, autora do livro "Sarney, a Biografia", com cópia ao biografado, atual Presidente do Senado, a seguinte carta:
Rio de Janeiro, 17 de maio de 2011
Minha cara Regina Echeverria,
Acabo de ler o seu livro biográfico sobre o ex-presidente José Sarney, e imediatamente resolvi escrever-lhe esta carta, onde permito-me tecer considerações e esclarecer certos fatos, que julgo necessário, muito especialmente em razão da importância e da repercussão do seu enorme trabalho, que segundo se diz, demorou cinco anos para ser concluído. Antes de tudo, devo fazer um justo elogio pela qualidade dos seus escritos. Seu texto é bem feito, agradável, de fácil leitura, sem dificuldade de entendimento para o leitor, e que percorre uma cronologia ordenadamente bem obedecida. Apesar disso tudo, é lamentável que em inúmeros momentos, o livro deixe de ser biográfico, transformando-se num monumental trabalho de ficção. Quem conhece a história do Maranhão e do próprio Sarney, quando muito, deixará transparecer um sorriso ao ler as versões sobre determinados fatos que, ou jamais aconteceram, ou foram ingenuamente alterados, visando dar-lhes o aspecto de verdadeiros quando são notoriamente falsos. Se a intenção do livro, mais do que ser uma biografia, pretendia constituir-se numa ferramenta literária tipo revisionista, capaz de fazer de José Sarney uma figura mitológica, sem o qual o Brasil não sobreviveria, trata-se de uma proposta um tanto exagerada. O frágil pedestal que o seu livro construiu para o ex-presidente, a ele não faz justiça, uma vez que tanto o aumenta na ficção, que consegue acentuadamente diminuí-lo no histórico de sua trajetória política e pessoal.
As observações feitas ou atribuídas ao ex-presidente, certamente contribuirão para um significativo aumento da opinião negativa que algumas pessoas têm e manifestam a respeito do seu biografado. Adversários, inimigos e críticos, o ex-presidente já os tem em número considerável e estou certo de que com a publicação do seu livro, contará ele com uma lista ainda maior de novos adeptos. Sempre fui amigo de José Sarney, dele somente recebendo gentilezas, as quais lealmente retribuo há muitos anos, e isso mesmo no tempo em que ele e meu pai eram ferrenhos inimigos. Mais de uma vez, e disso o próprio Sarney é testemunha, procurei colocar panos quentes no desentendimento entre eles. Daí a minha surpresa ao ler no seu livro fatos por ele narrados que não poderiam estar mais longe da verdade. Algumas versões que se referem ao meu ilustre pai, em episódios relatados como verídicos simplesmente nunca ocorreram.
Sem entrar no mérito das opiniões e conceitos que José Sarney emite sobre determinadas pessoas, conceitos que em alguns casos discordo, limito-me a esclarecer os trechos do seu livro onde meu pai foi citado 57 vezes, para que não pairem dúvidas sobre minha determinação de repor a verdade dos fatos, assim como expressar o meu repúdio por algumas grosseiras versões que inexplicavelmente ainda sobrevivem no espírito e no comportamento de algumas personalidades envolvidas na política do Maranhão, o que justifica plenamente um dos primeiros trechos do seu livro, transcrevendo a citação do Padre Antônio Vieira, à página 33, onde ele associa o "M" de Maranhão, ao "M" de mentira. Passemos ao exame de alguns trechos do seu livro:
Página 55 - O livro qualifica Victorino Freire como chefe de gabinete do interventor Martins de Almeida. Primeiro erro. Meu pai foi secretário de governo, nomeado no dia 18 de junho de 1934 como secretário da interventoria federal, o que equivalia ao cargo de secretário de governo, e não chefe de gabinete. Em seguida, atribui a Victorino Freire, o fato de ter determinado que fosse aplicada uma surra de chibata em "toda a diretoria da Associação Comercial". Afinal de contas, quantos homens seriam necessários para "chibatar" uma diretoria inteira? A versão de que meu pai teria patrocinado aquele episódio não ficou nunca provada, e virou parte do folclore político do Maranhão, sendo desmentida no livro "História do Maranhão", escrito pelo insuspeito professor Mário Meirelles. Um almoço de desagravo foi oferecido a meu pai pela própria diretoria da Associação Comercial, isentando-o de qualquer participação no referido incidente.
Página 65 - Teria a condessa Pereira Carneiro, dona do Jornal do Brasil, "enfrentado constantes reclamações de Victorino Freire, insatisfeito com as reportagens feitas no Maranhão, assinadas por José Sarney". Isso nunca houve. Dona Neném Pereira Carneiro era grande amiga de meu pai e de minha mãe, e foi minha madrinha de casamento.
Na época, José Sarney não tinha a menor relevância, nem como político e nem como correspondente do Jornal do Brasil.
Página 68 - Victorino Freire é descrito como candidato a vice-presidente da República na chapa de Christiano Machado, "o que levou os simpatizantes do PSD a votarem em Vargas". Aqui, Regina, o seu desconhecimento é total, e mais se assemelha ao "samba do crioulo doido". O candidato a vice-presidente na chapa de Christiano Machado chamava-se Altino Arantes, eminente político paulista. Victorino Freire lançou-se como candidato a vice-presidente numa chapa isolada, pelo Partido Social Trabalhista (PST), que também apoiava a candidatura de Christiano Machado. Quanto à especulação de que o fato "levara diversos simpatizantes do PSD a votarem em Vargas", além do desconhecimento histórico, é uma enorme e despropositada bobagem, que só serviu para encher linguiça no seu livro. Em tempo, o candidato do PSD somente venceu as eleições em dois estados brasileiros, no Rio de Janeiro e no Maranhão – neste, graças ao comando de meu pai.
Página 69 – O curioso fato relatado por Sarney é verdadeiro. Apenas o nome da pessoa é outro. Em vez de José Gonçalves, leia-se Palhano.
Página 71 – No episódio do atentado que foi feito contra o governador Eugênio Barros e meu pai, na praça em frente ao Palácio dos Leões, o relato de que Sarney "correu e se atirou num canteiro da praça, ficando escondido entre as folhagens e escapando pelas ruas laterais para se distanciar do tumulto" deixa muito mal o seu biografado. Enquanto ele se refugiava na casa da noiva, os seus amigos e então correligionários, Victorino Freire e o governador Eugênio Barros, por quem Sarney fizera campanha e de quem seria assessor no governo, estavam debaixo de intensa fuzilaria, e não foram poucos os amigos que correram ao palácio em solidariedade aos dois.
Página 72 – O relato de que Sarney não conseguira convencer o governador Eugênio Barros a romper com Victorino é outro comportamento pouco edificante do seu biografado, pois demonstra a incontestável tentativa dele, com outros elementos, estimular uma traição de Eugênio Barros a Victorino Freire, o que não ocorreu, para honra de Eugênio e vergonha para o fracassado grupo de traidores.
Página 79 – Seu livro caracteriza como "sinistra" a missão de eleger Chateaubriand como senador pelo Maranhão. A "missão sinistra" foi planejada e organizada não pelo PSD maranhense, mas pela cúpula do PSD nacional, que precisava de Chateaubriand como aliado para o sucesso da candidatura de JK. Eleger Chateaubriand para o Senado pela seção do PSD do Maranhão ocorreu pela inegável força do partido no estado, sob o comando de Victorino Freire, e foi uma operação política extremamente bem-sucedida. A eleição de Sarney para o Senado, não pelo estado do Maranhão, onde fez carreira, mas sim pelo estado do Amapá, onde nunca tinha posto os pés, foi uma operação "política", ou uma missão "sinistra"?
Página 81 – Segundo o seu livro, Sarney relatou sua participação num assalto ao Tribunal Eleitoral do Maranhão para que os papéis que confirmavam a eleição de Chateaubriand fossem queimados. Desnecessário qualquer comentário a esse respeito. Ainda na página 81, segundo seu livro, Sarney afirma que "os métodos do Victorino não eram os dele". Curioso! Foram os "métodos de Victorino" que lançaram Sarney na política maranhense e que fizeram do pai dele, Sarney de Araújo Costa, um influente desembargador, cujos métodos no tribunal certamente não eram os de Victorino Freire, segundo testemunhos de personalidades da política maranhense, em cartas que serão brevemente publicadas e que se encontram nos arquivos de meu pai.
Página 82 – Você qualifica Victorino Freire como "truculento e espalhafatoso". Você não conheceu meu pai, e se o tivesse conhecido trocaria "truculento e espalhafatoso" por "autoritário e determinado", além do seu melhor e mais justo qualificativo, jamais desmentido por qualquer um de seus maiores adversários: honesto a toda prova.
Página 85 – Segundo seu livro, nesta página, Sarney afirma que "Chateaubriand já brigara com Victorino". Afirmativa fora de propósito e facilmente desmontável, pois eles nunca brigaram! Chatô viveu e morreu amigo, e gratíssimo a meu pai, por tê-lo eleito senador pelo Maranhão, naquela brilhante operação política.
Página 87 – Você diz que Victorino Freire foi parar no Maranhão por interferência de Juarez Távora. Errado. Mais uma vez você se engana, Juarez não teve nada a ver com a ida de meu pai para o Maranhão. O fato se deve ao capitão Martins de Almeida e ao ministro José Américo, que solicitaram ao presidente Vargas que designasse meu pai para ir para o Maranhão, como secretário de governo. Este fato encontra-se descrito no livro de memórias do meu pai, "A Laje da Raposa", que consta no seu livro como bibliografia consultada; pelo visto, consulta mal feita. Logo abaixo, outra afirmativa falsa e insultuosa, quando você insinua que meu pai teria faltado a uma promessa de não atacar Juarez por ocasião de sua candidatura à Presidência da República, classificando Juarez como "ingênuo". Juarez e Victorino foram grandes e inseparáveis amigos desde a Revolução de 30, e meu pai teve a dignidade de declarar da tribuna do Senado, que somente não apoiaria a candidatura de Juarez, personalidade eminentíssima, por ter um compromisso partidário de eleger o candidato do PSD, Juscelino Kubitschek de Oliveira. Apesar das diferenças partidárias, meu pai determinou que Juarez fosse recebido no Maranhão como hóspede do Estado, e lhe fosse oferecido um almoço em palácio, o que foi feito. A amizade entre Juarez e Victorino foi mantida até o fim da vida deles, até mesmo porque nenhum dos dois era afeito a traições, como a história de ambos confirma.
Página 99 – Afirma-se no livro que Sarney frequentava com assiduidade a casa de Carlos Lacerda na Rua Bolívar, no Rio de Janeiro. Acontece que Carlos Lacerda nunca residiu na Rua Bolívar. Informe-se com Sebastião Lacerda, filho do Carlos, que ainda está vivo.
Página 139 – Mais desacertos históricos no seu relato. Afirma que "depois de 16 anos de poder absoluto, Victorino Freire teria sido derrubado na tentativa de voltar ao Senado e tentar mais uma vez fraudar o pleito". O seu desconhecimento histórico é claro e insultuoso. Primeiramente porque Victorino Freire não foi senador por apenas 16 anos, mas por 24, e nunca sofreu nenhuma derrota em qualquer eleição ao Senado. Quando candidato, elegeu-se sempre. Fraudadores famosos no Maranhão foram os que se elegeram com (esta sim, sinistra) atuação junto à famosa urna da zona 41. Procure investigar melhor este "emocionante" episódio. Fraude mesmo, Regina, e revoltante, é publicar textos que falseiam a verdade, o que ocorre lamentavelmente em grande parte do seu livro.
Página 140 – Sua pesquisa continua falha! A amizade de meu pai com Jango não teve nada a ver com Getúlio, de quem meu pai era adversário naquela época!
Página 153 – Segundo seu livro, Sarney afirma que Victorino Freire pressionou a revolução de 64 para cassá-lo. Nada mais falso, pois eu conheço bem a história. A única pressão que Victorino Freire fez foi promover a defesa dos seus amigos para retirar os seus nomes das famosas listas de casacões. Que o diga o então deputado Bayma Serra. Contra Sarney, nunca houve pressão para a sua cassação. Quem disser o contrário estará mentindo.
Página 154 – Da mesma forma, Sarney teria afirmado que Victorino Freire não se daria bem com o general Castelo Branco. Também não é verdade. Castelo se dava com meu pai desde os tempos em que servia no gabinete do general Dutra, nos anos 40!
Página 159 – Nesta página, você ou o seu biografado, atribui às "duas décadas do domínio de Victorino Freire, a miséria do Maranhão". Foram nas duas décadas de domínio de Victorino Freire, que o Maranhão recebeu, proporcionalmente aos dias de hoje, as maiores verbas do governo federal, que tornaram possíveis, entre outras obras, a construção do Hospital Presidente Dutra, até hoje o maior do Maranhão, o conjunto habitacional do Filipinho, o primeiro conjunto habitacional de São Luís, a construção de casas populares nos bairros, de Monte Castelo e João Paulo, a construção da Biblioteca Pública do Estado e da Escola Modelo, a reforma da Avenida Pedro II, a melhoria do sistema de água do Sacavém, a incorporação ao governo dos serviços de água, esgoto, luz, tração e prensa de algodão, serviços que eram executados pela antiga empresa Hullen, e que foram transformados na Saeltpa, que seria desmembrada com a criação do Departamento de Água e Esgoto Sanitário, Centrais Elétricas do Maranhão, e Departamento de Transporte Urbano de São Luís. Durante o vitorinismo, foram criados o Tribunal de Contas do Estado, o Conselho de Contribuintes, o Conselho de Educação. Foram construídos os prédios do Instituto de Previdência do Estado do Maranhão, o edifício sede do Banco do Estado e o Ginásio Costa Rodrigues, entre outras inúmeras realizações. Deve-se aos senadores Victorino Freire, Sebastião Archer e Eugênio Barros, a criação e aprovação da Lei da Fundação da Universidade do Maranhão em 1966, apenas para citar alguns benefícios do vitorinismo. Sugiro que você consulte e confira os índices de desenvolvimento do Maranhão nas últimas décadas, quando o estado contou até mesmo com um maranhense na Presidência da República.
Página 160 – Mais uma aleivosia condenável no seu livro. Victorino Freire nunca foi qualificado como "dono do Jango". Quem chegou a ser candidato a ministro de Jango foi o então deputado José Sarney. À época, Victorino Freire declarava sobre a eventual nomeação de Sarney para o Ministério: "Por mim, o Sarney pode ser até ministro da Guerra. Como o galho não é meu, não tenho nada a ver com o macaco".
Página 162 – Segundo seu livro, Sarney prometia "sepultar uma era de nepotismo, obscurantismo, marasmo, subserviência, crime, suborno, dilapidação do erário e abastardamento do cidadão". O ex-presidente estará se referindo ao Maranhão dos dias de hoje?
Página 163 – Segundo o seu livro, "Sarney herdou do vitorinismo uma realidade cruel". Novamente, sugiro que você compare a realidade dos tempos do "vitorinismo" com os tempos do "sarneysismo".
Página 165 – Se a tal carta de Manuel Bandeira é verdadeira, mostra que o grande poeta não era tão grande de caráter. Assim mesmo, a afirmativa atribuída a Bandeira não passa da reedição de uma mentira inventada pelo então deputado Neiva Moreira. Segundo ele, Victorino Freire teria sido soldado da polícia pernambucana, tendo sido expulso daquela instituição. O resultado da brincadeira de Neiva Moreira fez com que meu pai lhe aplicasse um corretivo no aeroporto do Galeão. Na mesma noite, Neiva tomou uns tapas do deputado Esmerino Arruda numa convenção do PSP, no Rio de Janeiro. Um jornal da época, o Diário Carioca jocosamente observara ter Neiva Moreira uma verdadeira vocação para saco de pancada.
Página 191 – Mais afirmativas sem cabimento. Victorino Freire jamais levou foto de Sarney com JK para nenhuma autoridade revolucionária de 1964. O general Afonso de Albuquerque Lima, citado nessa página nunca deixou de receber meu pai, que com ele tinha tal intimidade que o chamava de "Afonsinho". Só mesmo quem não conhecia o temperamento de meu pai ousaria inventar que ele seria capaz de escrever um bilhete típico de homens rasteiros, sem personalidade e dignidade. Trata-se de mais um vergonhoso parágrafo no seu livro.
Página 234 – O texto é todo mentiroso. Se Sarney lhe declarou que não pretendia ir ao casamento do filho de Armando Falcão, mas que ao saber que meu pai o teria ameaçado, resolveu ir, falta com a verdade. Victorino Freire não anunciou a ninguém o que iria fazer. Logo, Sarney não sabia de nada. Meu pai foi ao casamento, provocou Sarney e somente não fez mais porque Sarney fingiu não ouvir o que ele dizia em alto e bom som. Quem interferiu para que o caso se encerrasse, fui eu. Ainda estão vivas diversas testemunhas do episódio.
Página 237 – Aqui chegamos ao trecho mais fantasioso do seu livro, onde evidencia-se o gosto pela ficção. No que se refere à coragem de José Sarney, só mesmo nas páginas do seu livro ele enfrentaria Victorino Freire. Oportunidades para atirar em meu pai ele teve inúmeras, mas nunca nem sequer ensaiou fazê-lo. Se ele abrisse o paletó e ostensivamente mostrasse um revólver para Victorino Freire, meu pai atiraria logo nele, até porque isso era uma coisa que ele estava ansioso por fazer. Sarney nunca reagiu às mais diversas acusações que meu pai diariamente lhe fazia, em todos os escalões da República. Se por acaso, num rasgo de coragem, Sarney tivesse puxado um revólver para meu pai, posso lhe garantir que ele não sobreviveria. Tanto ele sabia disso que nunca ameaçou meu pai com arma nenhuma
Página 242 – No seu livro, você diz que eu teria contado a Sarney que no seu leito de morte meu pai dormia com um revólver debaixo do travesseiro, para atirar em Sarney caso ele fosse visitá-lo. A história é engraçada, e até poderia ser verdadeira. Acontece que não é, pois este fato nunca aconteceu, e este diálogo nunca tive com Sarney.
Para finalizar, Regina Echeverria, depois de tantas observações, obrigo-me a sugerir-lhe que no seu próximo livro, consulte melhores fontes de pesquisa, seja mais cuidadosa com a divulgação de fatos enganosos, e procure não escorregar no falso julgamento de pessoas que você não conheceu. No aspecto geral, as afirmativas suas, ou do seu biografado, importam menos do que a verdade sobre fatos e personalidades que de uma forma ou de outra, fizeram a história do nosso país. É uma pena que num trabalho enorme, com mais de 600 páginas, o que se pode espremer dele seja tanta mistificação, tantos enganos históricos, tantas acusações falsas e tantos julgamentos injustos. E o que é pior, o risco de que um livro que como tudo que é permanente, possa servir como referência tão pouco séria sobre fatos e pessoas. Pouco tempo antes da publicação de sua obra, na porta do gabinete dele, Sarney me declarou que "já estava com medo do seu livro". Ele tinha toda razão, pois trata-se de uma peça que não poderia pior servir ao seu biografado.
Diversas personalidades da vida brasileira são citadas no seu enorme livro, com as opiniões sobre ele expressas pelo senador Sarney. Quem conheceu Victorino Freire, Marco Maciel, Ulysses Guimarães, Nunes Freire, Eugênio Barros, João Figueiredo e José Sarney é que pode julgar com precisão a história e o valor de cada um deles.
A tentativa de apresentar o senador Victorino Freire como tudo aquilo que ele não foi, além de desprezível, desmerece e desonra o seu trabalho. E em se tratando de biografias, existe nas bancas de revistas e livrarias um livro que está fazendo muito sucesso, intitulado "Honoráveis Bandidos". O retrato na capa do livro não é o do meu pai.
Atenciosamente,
Luiz Fernando Freire
*Cópia para o Senador José Sarney.
Um comentário:
Como diria minha vovó, "matou a cobra e mostrou o pau". Todo pássaro xexéu, quando começa a cantar, o faz muito desafinado. Depois, com o tempo, "afina" e canta tal qual toca o saxofone de Márcio Montarroyos. Abraço, Ministro.
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