Através de Alexandre Costa, nosso grande senador, meu amigo, amigo do meu pai, nosso conterrâneo de Caxias, conheci José Guilherme Vilela, advogado famoso em Brasília, patrono de muitas causas da política maranhense no TSE e também no Supremo Tribunal Federal.
Minha ultima causa no Supremo, antes de me tornar Ministro do Tribunal Federal de Recursos, a substabeleci para José Guilherme.
Eu vinha trabalhando no caso junto com José Luis Clerot, outro grande amigo e de Jose Guilherme, quando aconteceu minha indicação ao Senado para Ministro do TFR.
Àquela altura, achei que não ficava bem eu, indicado para Ministro, defender habeas-corpus, numa causa criminal de muita polêmica e cliente milionário.
Clerot sugeriu José Guilherme para fazer a sustentação oral no meu lugar. Na noite da véspera do julgamento, fomos ao seu apartamento fazer o convite. Ele aceitou, ganhamos no empate. Em habeas corpus quando empata a decisão é a favor do paciente.
Na verdade, havíamos perdido por um voto. O Ministro Passarinho havia votado contra o HC mas estava impedido. Não ouvira o relatório porque nessa hora tinha ido ao banheiro.
José Guilherme, diplomaticamente, com aquela voz tonitroante, que nem precisava de microfone, lhe impugnou o voto e o Ministro concordou que, realmente, estava impedido.
O Ministro Djaci Falcão, que presidia a sessão, reconhecendo então o empate, proclamou o resultado concedendo o habeas corpus.
Com o que havíamos recebido de adiantamento, Clerot e eu pagamos os honorários de José Guilherme. E eu acabei ludibriado pelo intermediário maranhense que se apresentou à família do réu como sendo meu amigo. Na verdade havia sido contemporâneo de ginásio, no Liceu.
O distinto conterrâneo ficou com o restante dos honorários. Eu estava na bica para ser Ministro e achei que não devia correr atrás. Não lhes digo o nome porque ele já morreu.
Agora me chega essa notícia horrível da chacina. José Guilherme e a esposa Maria, mais a empregada Francisca, foram achados mortos a facadas no apartamento onde sempre moraram em Brasília, DF, os corpos já quase em putrefação.
3 comentários:
Ao ilustre Ministro Edson Vidigal, de Caxias - Maranhão, terra do meu pai.
Li a matéria sobre o Dr. José Guilherme Villela e, após breve meditação, decidi deixar aqui, no pórtico do seu blog as minhas declarações sobre o saudoso jurista e brilhante advogado. Vejamos, pois.
No dia 10 de setembro do ano passado estive no escritório do Dr.José Guilherme Villela, no Setor Comercial Sul de Brasília, para entrevistá-lo num documentário em homenagem aos 48 anos do Tribunal de Contas do DF, onde o ilustre advogado desempenhou as suas funções como procurador, de 1962 a 1988, quando obteve aposentadoria por tempo de serviço. Foi uma entrevista extremamente proveitosa e de grande valia para a Corte de Contas local. Uma parte da entrevista foi incluída no DVD Institucional recentemente lançado pelo TCDF. Fui conteporâneo da esposa dele, a D.Maria, na Faculdade de Direito do DF, por volta de 1985. Conhecia o casal há 30 anos. Ele procurador de destacada atuação no Tribunal onde trabalho desde 1979 e eu um simples servidor. Busquei no exemplo de homens do porte do Dr. José Guilherme o sustentáculo para seguir adiante na superação das adversidades. Posso dizer, com muita gratidão a Deus, que transformei os meus melhores sonhos em realidade. Agora, com o assassinato bárbaro do casal e da sua empregada de mais de três décadas de serviços prestados à família, só me resta pedir a Deus que os acolha no seu reino eterno.
Remy Soares de Carvalho, é natural de Presidente Dutra-MA e
servidor do TCDF
Estava muito horrorizada com essa tragédia, desde que tomei conhecimento. Conhecia o Dr. José Guilherme da casa de sua mãe D. Olga Pimentel Villela e José Villela por ser sua sobrinha e mais triste de imaginar a dor que eles sentiriam se vivos estivessem . O que conforta é ler comentários como esses aqui postados que ressaltam a sua honesta conduta durante a vida.
MINHA FAMÍLIA HOJE SE ENTRISTECE PROFUNDAMENTE DIANTE DE VIOLENTA TRAGÉDIA.NÂO CONHECI JOSÉ GUILHERME, MAS CONHECÍ SUA MÂE MINHA TIA OLGA E SEU PAI TIO JOSÉ VILELA,PESSOAS MARAVILHOSAS, MAS MINHA MÂE PRIMA DELE SEMPRE CONTAVA OS CASOS, FORAM AMIGOS ALÉM DE PRIMOS, NÂO SE DEIXAVAM, ELE GOSTAVA DE OUVI-LA CONTANDO CASOS E PIADAS, EM NOSSA QUERIDA CIDADE DE MANHUAÇÚ.HOJE MINHA MÂE TAMBÉM COM 73 ANOS, CHORA SUA MORTE, DE SUA ESPOSA E DE SUA FIEL COLABORADORA.DEIXAMOS AQUI REGISTRADO O NOSSO PROTESTO DE REPÚDIA AO ATO E UM GRANDE ABRAÇO A SEUS FILHOS.SÓ NOS RESTA DESEJAR QUE A JUSTIÇA SEJA FEITA E QUE DEUS CONSOLE SEUS FAMILIARES.HAYDÉE MAGESTE PIMENTELPRIMA DE JOSÉ GUILHERME
Postar um comentário